1 de nov. de 2008

1. Buscar um Casamento no Senhor

Esse assunto tem se tornado controverso, mas apenas o é pela dureza do coração das pessoas em buscar apenas os seus interesses baseados na limitação de suas próprias razões.

“O Novo Testamento é claro. Não devemos estar em jugo desigual, seja na adoração, seja na formação de uma família. Deus diz que o casamento é uma aliança e uma aliança liga duas vidas, dois seres que são totalmente um só no Senhor, um só na esperança, um só na fé, um só no amor, e esse casamento da Aliança é o começo e a base, a fundação, de acordo com as ordenanças de Deus, da família da Aliança.”[1]

Ouvem-se os argumentos mais banais em favor do casamento misto (entre um crente e um descrente), tais como: ausência de crentes do outro sexo, o valor maior do que fala o coração, crentes também se divorciam; descrentes podem se converter, etc.

Mas devemos analisar cada um desses argumentos deixando de lado o humanismo em detrimento da Revelação Bíblica – para o crente, única fonte de verdade absoluta.

O argumento de não haver crentes do outro sexo é tão sem nexo que é usado numa mesma comunidade por garotas e rapazes ao mesmo tempo. Imaginem como seria diferente se eles apenas se percebessem! Mas mesmo que esse não seja o caso numa Igreja específica, precisamos confiar que Deus é quem está no controle e não nós. Quando tentamos assumir o controle, certamente o caminho que aos nossos olhos parece direito, será, na verdade, caminho de morte (Provérbios 14:12; 16:25). Se confiarmos em Deus e orarmos, ele responderá segundo a sua vontade e não a nossa.

Isso, em lugar de ser desesperador, deveria ser um alento para o crente verdadeiro, que confia plenamente no Senhor e sabe que a sua vontade é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:1); até por que não é de hoje que Deus ama a instituição do casamento. Ele criou o homem e a mulher para viverem juntos em casamento (Gênesis 2:18 – Não é bom que o homem esteja só. Ainda Provérbios 18:1 – O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria).

O casamento é digno de honra e Deus deseja que busquemos essa honra com pessoas que terão o mesmo destino eterno que nós. Vejam o argumento do Apóstolo Paulo em II coríntios 6:14-7:1:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno? Ou que união do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.”

Os Símbolos de Fé da Igreja Presbiteriana vão pelo mesmo caminho da Escritura:

“A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas vidas ou que mantém heresias perniciosas”[2]

Entre os textos que a Confissão se baseia, está I Coríntios 7:39 – A mulher está ligada enquanto vive o marido, contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor. Portanto, há vasta advertência na Escritura a que busquemos o nosso cônjuge dentre aqueles que professam a mesma fé que a nossa, e isso para que, no futuro – tanto nessa terra como na eternidade, não colhamos os amargos frutos de uma decisão errada a esse respeito.

Há um outro preceito que precisa ser vivenciado e entendido nessa nossa luta em unir filhos da Aliança. Pensem daqui a alguns anos quando os filhos chegarem. Tedd Tripp pergunta: A Quem a criança adorará?[3] E essa pergunta precisa ser levada a sério, principalmente quando entendemos que o fim principal do homem é glorificar a Deus e goza-lo para sempre. [4]

Vejam que essa preocupação deve ser ainda mais ampliada quando vemos a necessidade de cultuarmos a Deus na nossa casa, pois esse é um preceito bíblico que precisa ser urgentemente resgatado pela cristandade a bem do nosso próprio futuro. Veja algumas implicações do culto doméstico trazidas pelo casal van Groningen:

“Deus é o único digno de louvor. Isso implica que na igreja, na vida e particularmente na família, cada um reconhece que nosso Deus triúno é soberano. Ele reina sobre tudo... Cultuar a Deus, significa que temos de reconhecer e acreditar que nossas necessidades, desejos e esperanças são aspectos secundários da adoração. Deus vem primeiro... É necessário separar tempo para cultuar a Deus. Expressar amor toma tempo. Expressar devoção toma tempo... por toda Escritura vemos que Deus exige adoração no lar... O culto comunitário era requerido... mas é no contexto do lar que a adoração deve ser ensinada e praticada. Se o culto não for ensinado (em casa) não será praticado (na igreja). Se devemos cultuar no lar, todos devem estar envolvidos... o culto familiar deve ser planejado de tal forma que cada membro possa e deseje participar... Culto familiar implica em adoração conjunta. Isso significa que todos os membros devem participar. Consideramos que esse é um requerimento indispensável”[5]

Imagine seguir esses conceitos com um cônjuge descrente. Quem vai por esse caminho obscuro de se ligar com as trevas, estará eternamente ligado com um filho(a) do inferno, por isso é que o casamento deve ser praticado entre os filhos da Aliança de Deus. Isso agrada a Deus e isso preserva o crente.
[1] Van Groninger, Harriet e Gerard, A Família da Aliança. Editora Cultura Cristã, Segunda Edição. São Paulo, 2002. Página 50
[2] Confissão de Fé de Westmisnter, XXIV, III
[3] Tripp, Tedd, Pastoreando o Coração da criança. Fiel, 5ª Edição. São Paulo, 2006. Página 34.
[4] Breve Catecismo de Westminster, Pergunta 1.
[5] Van Groninger, Harriet e Gerard, A Família da Aliança. Editora Cultura Cristã, Segunda Edição. São Paulo, 2002. Páginas 198-201.

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