28 de mar. de 2009

A Intolerância Bíblica (Dr. Martin L. Jones)

Quero enfatizar esta verdade, asseverando que existe, na fé cristã, um lado de intolerância. Vou mais além e afirmo que, se não temos visto este lado intolerante da fé, provavelmente nunca vimos verdadeiramente a fé.Existem muitos mandamentos nas Escrituras que substanciam a afirmativa de que colocar mais alguém ao lado de Jesus, ou falar de salvação à parte dEle, ou sem que Ele seja o centro dela, é traição e negação da verdade. O apóstolo Pedro, dirigindo-se ao sinédrio em Jerusalém, disse: "porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At.4:12).
Todo falso ensinamento deve ser odiado e combatido. O Novo Testamento nos diz que assim fez nosso Senhor e todos os apóstolos, e que eles se opuseram e advertiram as pessoas contra isso.
Mas pergunto novamente: isto é realizado hoje? Qual sua atitude pessoal quanto a isso? Acaso é você uma daquelas pessoas que diz que não há necessidade dessas negativas, e que deveríamos estar contentes com uma apresentação positiva da verdade? Subscrevemos o ensinamento prevalecente que discorda de advertências e críticas ao falso ensinamento? Você concorda com aqueles que dizem que um espírito de amor é incompatível com a denúncia crítica e negativa dos erros gritantes, e que temos de ser sempre positivos? A resposta mais simples a tal atitude é que o Senhor Jesus Cristo denunciou o mal e os falsos mestres. Repito que Ele os denunciou como "lobos vorazes" e como "sepulcros caiados" e como "guias cegos". O apóstolo Paulo disse de alguns deles: "o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia". Esta é a linguagem das Escrituras.
Pode haver pouca dúvida, mas a Igreja está como é hoje porque não seguimos o ensinamento do Novo Testamento e as suas exortações, e nos restringimos ao positivo e ao assim chamado "Evangelho simples", e fracassamos em acentuar negativas e críticas. O resultado é que as pessoas não reconhecem o erro quando se defrontam com ele. Aceitam aquilo que aparenta ser bom, e se impressionam com aqueles que vem às suas portas falando da Bíblia e oferecendo livros sobre a Bíblia e profecias e coisas deste tipo. E eles, na condição de sua ignorância infantil, freqüentemente ajudam a propagar o falso ensinamento, porque não conseguem ver nada de errado nele. Além disso não compreendem que o erro deve ser odiado e denunciado. Eles imaginam-se a si mesmos cheios de um espírito de amor, são iludidos por satanás, a fera destruidora que estava no encalço delas, e que, num bote súbito, os agarrou com sua esperteza e sutileza.
Não é agradável ser negativo; ter que denunciar e expor o erro não dá alegria. Mas qualquer pastor que sinta, em pequena medida, e com humildade, a responsabilidade que o apóstolo Paulo conhecia num grau infinitamente maior pelas almas e o bem estar espiritual de seu povo, é forçado a fazer estas advertências. Isto não é desejado nem apreciado por esta moderna geração moralmente fraca. Muito amiúde a bancada tem controlado o púlpito e grande dano tem sobrevindo à Igreja. O apóstolo adverte a Timóteo que virá um tempo em que as pessoas "não suportarão a sã doutrina". Este é freqüentemente o caso no tempo presente, e assim tem sido durante este século. Por isso é importante que cada membro deva ter uma concepção real da Igreja e do ofício do ministro em particular.
Hoje há no mundo igrejas que na superfície parecem ser igrejas florescentes. Multidões se agregam a elas e demonstram demasiado zelo e entusiasmo. Mas num exame mais acurado descobre-se que a maior parte do tempo é tomado por música de vários tipos, e com clubes e sociedades e atividades sociais. O culto começa e tem que terminar exatamente uma hora depois, e haverá sérios problemas se isso não ocorrer! Há apenas uma breve "reflexão" de quinze minutos, vinte minutos no máximo. O infeliz ministro, se não enxergar estas coisas com clareza, teme ir contra os desejos da maioria. Sua sobrevivência depende dos membros da igreja, e o resultado é que tudo é feito para se conformar aos desejos e anseios da congregação.
Mas deixe-me acrescentar que o ministro também não pode impor. É o próprio Senhor quem determina, Aquele que está assentado à mão direita de Deus e que deu "alguns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores" (Ef.4:11). Ele os deu para a edificação dos membros da Igreja, e é a mensagem dELE que deve ser pregada sem temor nem favor. Precisamos recuperar algo do espírito de John Knox cuja pregação fazia tremer a Maria, rainha dos Escoceses.
O trabalho do ministro é edificar o corpo de Cristo. A ocupação do ministro é edificar a Igreja, não a si mesmo! Eles têm muito freqüentemente edificado a si mesmos, e temos lido de príncipes da igreja vivendo em posições de grande pompa e riqueza. Isto é uma gritante deturpação dos ensinamentos de Paulo! Observemos que os ministros são chamados para edificar, não para agradar nem entreter. O modo pelo qual deveriam fazer isso está resumido perfeitamente naquela passagem, imensamente lírica, de Atos 20. O apóstolo Paulo está se despedindo dos presbíteros da igreja de Éfeso, à beira mar, e eis o que ele diz: "Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à Palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados" (v.32). "Palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar"! Não é surpresa que a igreja seja o que é hoje, pois lhe têm sido dados filosofia e entretenimento. Por meio delas um ministro pode, por enquanto, atrair e segurar uma multidão; mas não pode edificar; a tarefa dos pregadores é edificar, não atrair multidões. Nada edifica a não ser a Palavra de Deus sem adulteração. Não há autoridade fora dela; e ela não pode de modo algum ser modificada ou nivelada para se adaptar à moda da ciência moderna, ou a alguns supostos "resultados confirmados da crítica" que está sempre em modificação. É o "eterno Evangelho" e é: a "Eterna Palavra" a mesma que Paulo e os demais apóstolos pregaram, a mesma Palavra que os Reformadores protestantes pregaram, os Puritanos, e os grandes pregadores de duzentos anos atrás, como também Spurgeon no último século, sem qualquer modificação que fosse. É pelo fato de isso ter sido tão amplamente esquecido nos últimos cem anos que as coisas hoje estão como estão.
Espero que seja tão importante para você, quanto foi para mim a leitura desse texto!

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola!
Eu fico com o coração alegre em saber que ainda existem aqueles que conservam a Sã doutrina e criticam veementemente forma medíocre como o evangélio do Senhor Jesus Cristo vem sendo pregado nos dias de hoje!
Como mesmo disse Paulo aos timóteos: Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fá- bulas” (vv. 3,4).
parabéns Deus sempre o ilumine desta forma!

Anônimo disse...

Shalom querido entendo a sua indignação com tantas coisas que estão acontecendo no meio Evangélico e isso realmente nos enoja que possamos tirar o nosso foco desses e olhar para as almas que estão precisando de uma palavra de amor e carinho. Precisamos cumprir mais o id de Deus e falar do amor de Deus.
Uns dos problemas do Calvinismo é o descontrole em criticar e a acomodação que toma conta e faz com que muitos cruzem os braços e fiquem aguardando as coisas acontecerem, é tempo de agi, somos instrumentos temos que clamar e usar o poder de Deus em nós para pregar e libertar vidas presas por satanás. eu já perdi muito tempo assim, liberte-se disso meu amado sacode essas teias e vamos experimentar o novo de Deus ALELUIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.