11 de jun. de 2008

Cristo e a Sua Suficiência


Os crentes de hoje são filhos de um movimento de 500 anos atrás que os trouxe de volta à Escritura Sagrada. A Reforma Protestante trouxe vários lemas que serão abordados como suficientes - um a um - nesses breves artigos. Cito: Somente a Escritura, Somente a Graça, Somente a Fé, Somente a Deus toda Glória e, hoje, iniciando: Somente Cristo!

Talvez alguém pense que Deus seja, de alguma forma, injusto ou bitolado ao nos indicar, como a Bíblia faz com muita clareza, que Cristo é o único caminho para a salvação; mas se analisarmos em que circunstâncias esse único caminho de salvação nos foi apresentado, chegaremos à conclusão que Deus conseguiu aliar em um só ato realizado por Seu Filho na cruz, toda a justiça e todo amor.

Precisamos entender a história desde a criação: Deus não precisava de nada, pois vivia satisfeito em Sua Glória Eterna e em perfeita comunhão entre o Pai, Filho e Espírito Santo; mesmo assim resolveu criar tudo o que existe; depois, como que coroando a criação, formou o homem à sua imagem e semelhança, não apenas isso: dotou esse homem com alguns de seus atributos, pois lhe deu domínio sobre a criação, além de lhe dar todas as condições para permanecer em perfeito estado de obediência ao lhe dar um jardim delicioso para desfrutar.

Com tudo isso, Deus lhe deu apenas uma condição. Que coisa terrível foi quando o homem abriu mão de todo o bem por pensar em se igualar a Deus. Que abismo tão grande foi aberto entre o Criador perfeito e as criaturas caídas e – a partir dali – pecadoras!

Quão justo seria Deus se tivesse acabado com a existência da humanidade e punido nossos pais, pois havia dito: certamente morrerás. Mas cumprindo sua promessa, fez com que o homem morresse em seus delitos e pecados (Ef. 2:1), mas desde então lhe prometeu, em Aliança, um segundo Adão, para resgatar parte dessa humanidade tão miserável e pecadora (Gn. 3:15). A esse segundo Adão, não foi dado um jardim perfeito quando foi tentado, mas 40 dias de fome e cansaço no deserto.

Ninguém poderia achar injusto o inferno; pois é o que cada ser humano merece, pois já nasce morto espiritualmente por causa do pecado (vamos entender isso melhor quando observarmos o lema: Somente pela Graça).

Nesse estado de impotência diante de Deus (Rom. 3:9-14), todos nós nos encontrávamos, e ali ficaríamos se o próprio Deus não interviesse na nossa história. Ele (na 2ª Pessoa: do Filho) sendo espírito – se tornou matéria. Isso é profundo demais, pois estamos falando de uma limitação eterna obtida para ele. Sabemos que Deus é Onipresente, mas que a Segunda Pessoa da Divindade, por toda eternidade está e estará sempre em um lugar específico – hoje: a destra do trono do Pai.

Mais; sendo Santo, veio viver no meio do pecado. Cristo foi em tudo tentado à nossa semelhança, mas não cometeu nenhum pecado, por isso Isaías o considerou um homem de dores e que Sabe o que é sofrer, pois sendo tão puro de olhos que não pode ver o mal, como declara Habacuque, viveu no meio de pecadores como nós, que éramos inimigos por natureza (Rom. 5:8-10), por conta do amor incondicional que teve por nós.

Ainda mais; sendo imortal pela sua natureza divina, tornou-se mortal recebendo a natureza humana; sendo perfeito, reto, justo e santo, tornou-se o mais desprezado de todos os homens, o mais indigno e maldito, pois maldito todo aquele que for pendurado num madeiro. Tão desprezado que ao olhar para ele, no meio dos saltimbancos e moribundos, nenhuma beleza havia que nos agradasse (Is. 53).

Haveria muito mais; mas o espaço apenas permite terminar com algumas indagações. Será mesmo bitolamento de Cristo requerer exclusividade na salvação das pessoas? Será arrogância Sua declaração: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim?

Creio que tolice seja imaginar que tudo o que Cristo fez possa ser dividido, pois ele não dividiu seu sofrimento com ninguém. Ninguém pode declarar como Ele: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Também ninguém pode assumir o papel redentivo, mediatório e glorioso que é só dele. Ninguém sofreu na cruz o que ele sofreu por isso ele é totalmente suficiente para a salvação de todo aquele que crê.

Que juntos, possamos declarar a suficiência do nosso Cristo! Pelo Seu Reino!

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