9 de jun. de 2008

A Ciência e a Falácia


A ciência é fascinante. Cada mergulho que se dá em terrenos desconhecidos impressiona até mesmo aqueles de quem se diz ter tanto conhecimento; mas eles se descobrem tão limitados que muitas de suas teorias não têm comprovação científica. Alguém, por exemplo, conhece a “ciência da evolução?” Claro que não; pois a evolução é improvável no próprio meio que a originou; é, e será sempre, mera “teoria”.

O que me impressiona é ver como todos nós nos deixamos levar por teorias. É decepcionante ver a ciência tão pouco empírica e se tornando absolutamente parcial. Não sou cientista, mas uso de uma lei absoluta da ciência para dizer isso: a observação!

Desde que eu consigo ter entendimento de que existo (logo penso) e acompanho o desenrolar das descobertas científicas, observo (empirismo) que muitas coisas – muitas mesmo – que são ventiladas como grandes novidades, ganham a mídia em proporções mundiais, e, algum tempo depois, quando se descobre a falácia dessas ‘grandes descobertas’ o contraponto sai em alguma nota de rodapé de um livro que ninguém lê.

Deixe-me dar alguns exemplos recentes. Descobertas como o Carbono 14, o Projeto Genoma, entre outros que foram divulgados como “provas” irrefutáveis da evolução, caíram tempos depois, porque as evidências PROVARAM as falhas desses sistemas. Mas essas provas (reais) não ganham o espaço das provas fraquinhas que esses cientistas idealizaram.

Permitam-me lembrar de um texto de São Paulo sobre eles: Tornaram-se nulos em seus próprios raciocínios... Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos (Romanos 1:21,22).

Creio, sinceramente, que o mesmo erro foi cometido pelo nosso STF ao liberar pesquisas com embriões humanos. A própria lei aponta para o erro, quando libera as pesquisas: “desde que com a anuência dos pais”, ou seja, é necessário o consentimento da família.

Ora, se a “coisa” não é vida, quem é o “pai da criança”? Que família? Eles não estavam pensando no cientista e equipe que preparou o embrião, mas nos donos do espermatozóide e do óvulo que deram origem a ele. A mesma origem (esperma e óvulo) que cada leitor teve ao iniciar o processo de vida que nos habilita hoje a existir e pensar sobre essa matéria.

O caminho está aberto para que o aborto seja legalizado também; depois, nada impedirá que, caso o pai de Isabella Nardoni seja o autor do assassinato da filha, seja tido também como um herói nacional. Afinal de contas, se for esse o caso, ele poderia dizer que tinha uma criança indesejada que atrapalhava a sua felicidade e a sua comodidade (não são esses alguns argumentos pró-aborto?) mesmo que em detrimento da vida.

O homem mostra a sua incoerência. Se revolta com a morte de uma criança, mas comemora a banalização da vida e luta em prol do infanticídio (ou feticídio) talvez pela mesma causa que poderia ter levado o pai e a madrasta da Isabella a defenestrar (abortar) a criança.

Quero terminar utilizando as Palavras do Ministro Celso de Mello ao votar pela liberação das pesquisas. Ele disse: “Não vamos incidir no mesmo erro que o tribunal do Santo Ofício, que constrangeu Galileu Galilei, que tinha informações científicas corretas, mas incompatíveis com a Bíblia”; pois foi exatamente a inquisição que foi lembrada nessa decisão tomada por ele mesmo; mas ao contrário das vítimas daquela época, as de hoje sequer têm a possibilidade de gritar. Estou tentando fazer isso por elas: - Socooorro!

Um comentário:

Heitor Doca disse...

Rev. Samuel,

Falo para os leitores do seu Blog que sou crente, Advogado, advogo para médicos, tenho o prazer de ser seu amigo e irmão(ou amigo-irmão) e gostei muito do enfoque que você deu ao tema.

Como tenho uma opinião contrária, resolvi manifestá-la para estimular o debate.

O caso pode começar a ser abordado com algumas perguntas:


Aqueles embriões são gente?

R- potencialmente sim, mas ainda não.


De que eles precisam para tornarem-se gente?

R- Úteros, gestação, Nascimento com vida...


Caso eles não sejam implantados em algum útero por aí, o que acontece com eles?

R- Após alguns anos(o método de congelamento faz esste tempo variar),tornam-se inviáveis para a implantação em útero e conseqüente gestação, sendo, por isso, descartados(destruídos).


Estão todos condenados à "morte"?

R- Se partirmos da premissa de que são seres vivos, aqueles que não "encontrarem uma mãe" terão o indigno destino da lata do lixo.


Há alguma outra solução para esses embriões condenados? Qual?

R- Sim. Mesmo aqueles que são inviáveis para a gestação, ou seja, os que estão condenados ao extermínio, podem ser aproveitados para pesquisas com células-tronco embrionárias.


Quem pode se beneficiar com essas pesquisas?

R- Pessoas(nascidas, e com vida)que sofrem de doenças degenerativas, cardíacas, pessoas que sofreram lesões em nervos importantes(lesões de medula, de nervo óptico, nervos motores e etc.)

Bem,
Espero ter, pelo menos, contribuído para essa discussão com o anverso da questão.

Porém, vou deixar mais alguns pontos para que os leitores reflitam:

O que seria da medicina se o corpo humano ainda fosse algo sagrado?

Se dissecar cadáveres fosse ainda ato de bruxaria(passível de pena de morte)?

A prpósito: Se todo cadaver(sigla latina para:Carna Data Vermibus) fosse - como o nome sugere - dado aos vermes?

Haveria cirurgiões?

Conheceríamos anatomia?

Faríamos transplantes?

Perdoe o trocadilho, mas: Viva o Cadaver Desconhecido, embebido em formol, perto dos médicos e longe dos vermes!

Mais um trocadilho: Viva o doador de órgãos! Ou melhor, viva a família do doador! Que, mesmo ante a perda do ente querido, cujo coração ainda bate, decide usar aqueles montes de células ajuntadas em tecidos e órgãos para ajudar a medicina a salvar vidas e a devolver dignidade àqueles que a perderam por causa de alguma doença.

Só para lembrar o voto do Min. Carlos Ayres de Britto, afirmo que no caso do doador de órgãos, há morte encefálica, ou seja, não existe mais vida, pois o cérebro não passa de tecido morto.

Não há quem (de forma lúcida) se levante contra transplantes de órgãos. É um dos gestos de compaixão mais louváveis que alguém pode ter pelo semelhante.

Espero que a ciência dê aos embriões (logicamente anencefálicos)e fatalmente condenados ao limbo(o Papa acabou com o limbo, não foi?) da lata do lixo, um destino tão digno quanto o do cadaver desconhecido e quanto o dos órgãos do doador.


Essa é só mais uma opinião.

Forte Abraço.

Heitor Doca